diciembre 07, 2005

Por mi madre, bohemios!

Anoche estaba leyendo a Pessoa:

"El campo, a fin de cuentas, no es tan verde
para los que son amados como para los que no lo son: sentir es distraerse".

Me puse a pensar si yo me siento amado o no. Je, no hace falta decir nada más, me gustaría un chingo tener la certeza de que me aman.
Luego pensé que estar de la chingada puede ser adictivo, se puede volver mi estado natural, un estado homogéneo de añorar a alguien que no está ni estará. Cayendo en la autocompasión, sufriendo, sin poder ver otras cosas.

En enero próximo la obra de Pessoa será del dominio público por segunda ocasión, y ya se preparan varias publicaciones. Leí en El País que cuando cumplió 50 años de muerto, se extendió una prórroga de otros 20 años durante la cual su heredera siguió conservando los derechos de autor. Sobre todo me gustaría conocer algo de su poesía ortónima, que es una colección que firmó con su nombre, sin atribuírsela a ninguno de sus heterónimos.

Moltes gràcies al usuario anónimo que me recomendó la posada de la sala Apolo, la neta suena muy chido. Ya va siendo hora de que la conozca. En septiembre hicieron una noche mexicana en La Paloma, pero no me enteré, y no se si me hubiera gustado ir.

La próxima semana son los conciertos con Scandicus: Badajoz, Almendralejo y Melilla, en Marruecos. Además tengo que entregar dos trabajos escritos y tengo mi clase con Pedro, el lunes. O sea, ando en chinga. Tengo que leer un montón y hacer un análisis para En attendant de Senleches, que le vamos a llevar a Pedro en mi clase de cámara.

Ya para despedirme, solo quiero decir que quiero un chingo a mi madre, que ayer me llamó , que le mando muchos besos y abrazos y espero que pueda venir a tomarse un vinillo aquí conmigo. Bon, salut i força al canut!

4 comentarios:

Anónimo dijo...

querido tonatiuh,

aquí un poema de pessoa que firmó con su nombre. va en portugués, pero es transparente. este poema es, por cierto, una de mis obsesiones: es el colmo del pesimismo. [como en película gringa: ten cuidado con lo que deseas...]

Dizes-me: tu és mais alguma cousa
Que uma pedra ou uma planta.
Dizes-me: sentes, pensas e sabes
Que pensas e sentes.
Então as pedras escrevem versos?
Então as plantas têm idéias sobre o mundo?

Sim: há diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as cousas:
Só me obriga a ser consciente.

Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.

Ter consciência é mais que ter cor?
Pode ser e pode não ser.
Sei que é diferente apenas.
Ninguém pode provar que é mais que só diferente.

Sei que a pedra é a real, e que a planta existe.
Sei isto porque elas existem.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.
Sei que sou real também.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram,
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta.
Não sei mais nada.

Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos.
Sim, faço idéias sobre o mundo, e a planta nenhumas.
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras;
E as plantas são plantas só, e não pensadores.
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto,
Como que sou inferior.
Mas não digo isso: digo da pedra, "é uma pedra",
Digo da planta, "é uma planta",
Digo de mim, "sou eu".
E não digo mais nada. Que mais há a dizer?

[pues nada, no hay nada más que decir.]

un abrazo | alón

Anónimo dijo...

mmm. y ya que en la ciudad de méxico son las 5.24 am te dejo el insomnio de álvaro de campos. muy apropiado.

Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!

Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.

Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.

Estou escrevendo versos realmente simpáticos —
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos...
Tantos versos...
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!

Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstração de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo — sei lá salvo o quê...

Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo exceto no poder dormir!

Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta...
Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.

Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.
Vem, madrugada, chega!

Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.

Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exatamente.
A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a Humanidade esquece.
Exatamente. Mas não durmo.

[un abrazo,
el cadáver despierto]

Anónimo dijo...

[recién posteado, acabo de releer el poema insomne y, no mames, ¡qué grado de delirio alcanza al final!]

[sigue posteando, por favor, poesía trovadoresca; si se puede algun alba --en catalán, occitano, "ancien" francais o gallego portugués-- pues mejor. alguna vez padecí la obsesión de las albas.]

ahora sí, ese fue mi último link inútil. ya me voy.

Anónimo dijo...

Corazon ya pronto la noticia, espera, aunque tu eres nuy duro, quiza sea mejor esperar para dartela a ti...